segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O TEMPO DA PURIFICAÇÃO E ILUMINAÇÃO

OFICINA: O TEMPO DA PURIFICAÇÃO E ILUMINAÇÃO
Pe João Paulo


O Catecumenato é o espaço de tempo, em que os candidatos recebem formação (catequese) e exercitam-se praticamente na vida cristã. Esta etapa é conduzida por catequistas que podem inclusive terem atuado como introdutores na etapa anterior.

O Tempo de Purificação e Iluminação é o período em que é intensificada a preparação para a recepção dos Sacramentos da Iniciação Cristã: Batismo, Crisma e Eucaristia.

Neste tempo, a intensa preparação espiritual, mais relacionada à vida interior que à catequese, procura purificar os corações e espíritos pelo exame de consciência, e iluminá-los por um conhecimento mais profundo de Cristo, nosso Salvador. Serve-se para isso de vários ritos, sobretudo dos escrutínios.

Os escrutínios, solenemente celebrados aos domingos, têm em vista o duplo fim de descobrir o que houver de imperfeito, fraco e mau no coração dos eleitos, para curá-los, bem como, de consolidar aquilo que houver de bom, forte e santo no mesmo coração. Esta etapa culmina com os eleitos recebendo os Sacramentos do Batismo, Crisma e/ou da Eucaristia.



1. O Tempo da Iluminação e da Purificação no catecumenato

O tempo da purificação e da iluminação dos catecúmenos coincide habitualmente com a Quaresma, porque esta, tanto na liturgia como na catequese litúrgica, por meio da recordação ou da preparação do Batismo e pela Penitência, renova a comunidade dos fiéis, juntamente com os catecúmenos, e dispõe-nos para a celebração do mistério pascal que os sacramentos da iniciação cristã aplicam a cada um.

Com o segundo degrau da iniciação cristã começa o tempo da purificação e da iluminação destinado a preparar mais intensivamente o espírito e o coração dos candidatos. Neste degrau é feita pela Igreja a «eleição» ou escolha e a admissão daqueles catecúmenos que, pelas suas disposições são idôneos para, na próxima celebração, tomarem parte nos sacramentos da iniciação. Chama-se «eleição», porque a admissão feita pela Igreja se funda na eleição de Deus, em nome de quem ela atua; chama-se «inscrição do nome», porque os candidatos escrevem o seu nome no livro dos «eleitos», como penhor de fidelidade.

Antes de celebrar a «eleição», requere-se da parte dos catecúmenos a conversão da mente e dos costumes, um conhecimento suficiente da doutrina cristã e o sentido da fé e da caridade; requere-se, além disso, o exame sobre a sua idoneidade. Depois, na própria celebração do rito, os catecúmenos manifestam a sua vontade, e o Bispo ou o seu delegado o seu parecer, diante da comunidade. Assim fica patente que a «eleição», que se reveste de tão grande solenidade, é o momento decisivo de todo o catecumenato.

A partir do dia da sua «eleição» e admissão, os catecúmenos passam a ser designados pelo nome de «eleitos». Também se dizem «competentes», porque caminham em conjunto para receberem os sacramentos de Cristo e o dom do Espírito Santo. Chamam-se também «iluminandos», porque o próprio Batismo se chama «iluminação» e porque por ele os neófitos são iluminados pela luz da fé. Contudo, em nossos dias, podem usar-se também outros termos que, segundo a diversidade das regiões e culturas, estejam mais ao alcance de todos, e sejam mais conformes o gênio das diferentes línguas.

Durante este tempo, os catecúmenos são objeto de uma preparação interior mais intensa. Esta tem mais em vista o recolhimento espiritual do que a catequese, e destina-se à purificação do coração e da mente, através do exame de consciência e da penitência, e a sua iluminação por meio do conhecimento mais aprofundado de Cristo Salvador. Tudo isto se faz por meio de vários ritos, sobretudo pelos «escrutínios» e pelas «tradições».


# Os «escrutínios», que devem ser celebrados solenemente ao domingo, têm em vista o duplo fim acima referido, a saber: pôr a descoberto o que no coração dos eleitos possa haver de fraqueza, enfermidade ou malícia, para que seja curado, e o que há de bom, válido e santo, a fim de o fortalecer. Os escrutínios destinam-se a libertar do pecado e do demônio e ao fortalecimento em Cristo que é o caminho, a verdade e a vida dos eleitos.
# As «tradições», pelas quais a Igreja entrega aos eleitos os antiquíssimos documentos da fé e da oração - o Símbolo e a Oração dominical -, têm como finalidade a sua iluminação. No Símbolo, em que se proclamam as maravilhas de Deus para salvação dos homens, os olhos dos eleitos são inundados de fé e de alegria. Na Oração dominical, reconhecem em toda a sua profundeza o novo espírito de filhos, pelo qual chamam a Deus seu Pai, sobretudo na assembleia eucarística.

1.2 – Preparação próxima para receber os sacramentos:

Como preparação próxima para os sacramentos:

1. Aconselhem-se os eleitos a que, no Sábado Santo, se abstenham, na medida do possível, das suas ocupações habitua is, consagrem o tempo à oração e ao recolhimento espiritual e observem o jejum, segundo as suas forças.
2. Neste mesmo dia, no caso de se fazer alguma reunião dos eleitos, podem celebrar-se alguns dos ritos de preparação próxima, por exemplo: a «redição» do Símbolo, o «Effathá», a escolha do nome cristão e, se ela se fizer, a unção com o Óleo dos catecúmenos.

2 – Estrutura metodológica para vivência da Purificação e iluminação na Quaresma e Tríduo Pascal

Primeiro Domingo: Celebração da Inscrição do nome e apresentação dos padrinhos (dos que vão ser batizados) e agradecimento aos introdutores/leitores. O nosso compromisso de participar da Campanha da Fraternidade. No encontro de catequese explicar os grandes acontecimentos do AT (Abraão, Moises e os Profetas).

Segundo Domingo: continuamos refletindo sobre os compromissos sociais da Campanha da Fraternidade e com a explicação dos grandes acontecimentos do AT (Abraão, Moises e os Profetas).

Terceiro Domingo: Bênção de Cristo, misericordioso. Lembramos a misericórdia de Cristo para com a Samaritana. No encontro de catequese explicar o Evangelho de João 4, 5 -42 e manifestar as maravilhas do Sacramento do Batismo e a nossa exigência para a missão.



Quarto Domingo: Bênção de Cristo, Luz do mundo. No encontro de catequese explicar o Evangelho do cego de nascença João 9, 1-41, e a nossa responsabilidade para “abrir” os olhos das pessoas para fazermos um mundo mais justo e solidário.

Quinto Domingo: Bênção do Pecado e da morte. No encontro de catequese explicar o Evangelho da revitalização de Lázaro João 11, 1-45, onde se manifesta que Cristo veio curar a humanidade anunciar a promessa de uma vida imortal.

Sexto Domingo: Domingos de Ramos e da Paixão. No encontro de catequese explicar a entrega e doação de Jesus. Explicar as leituras e especialmente o Evangelho que proclamado neste domingo, prepara-nos para entrar na Semana Maior. Comunicar as atividades e horários das celebrações.

Entramos na Semana Santa (Continua o Tempo da iluminação)

Segunda-feira Santa: Reúnem-se catequizandos com a família e aproveitem para meditar sobre a realidade do mistério redentor de Cristo e a sua misericórdia para conosco. Prepara-se para os que já foram batizados, uma liturgia da Palavra bem preparada com a Celebração penitencial.

Terça-feira Santa: Repetimos o itinerário catequético da segunda, preparado para outra turma, por exemplo, especialmente para adultos.

Quarta-feira Santa: Os catecúmenos preparam-se para meditar sobre o Tríduo Santo e nosso compromisso para trabalhar na divulgação e conscientização da Campanha da Fraternidade.

Quinta-feira Santa: Os catecúmenos preparam-se para meditar sobre os textos e a celebração da santa Ceia do Senhor; especialmente mostrando que não é possível celebrar a Eucaristia sem compromisso social. A Eucaristia é o sacramento social por excelência e Ela é quem norteia toda a nossa espiritualidade cristã.

Sexta-feira Santa: Participamos da celebração da Oração universal para a salvação de todos, Paixão e morte de Jesus, adoração da cruz e comunhão eucarística. Incentivarmos a nossa capacidade de pedir perdão e confiar na misericórdia do Senhor. Perdão pelas nossas omissões comunitárias e sociais, especialmente para com os mais pobres e vulneráveis.

Sábado Santo – Vigília Pascal: A Igreja desde cedo, segundo uma antiga tradição, se reúne para rezar junto do túmulo do Senhor. Em local a parte, os catecúmenos se reúnem para fazer uma avaliação da caminhada e dos propósitos atingidos ou não. Qual é a visão da Igreja que eles foram amadurecendo (colocação entre todos). Exame de consciência para reconhecer que somos pecadores necessitados da misericórdia do Pai e amor de Jesus que nos perdoa no Espírito. Os não batizados são ungidos com a unção pré-batismal e todos renovam a profissão de fé.



Domingo da Ressurreição: É o novo dia dos cristãos ressuscitados; possuem vida nova em Jesus. Preparam e celebram a Palavra e a Eucaristia. Após a celebração, preparar uma festa simples para festejar com todos.

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